terça-feira, 17 de novembro de 2009

O GALO CARIJÓ - MASCOTE DA CASA DA CULTURA


Ao adentrar-mos na Casa da Cultura, na área onde está edificado o fogão caipira, deparamos com um objeto inusitado, um “galo empalhado” fixado em pedestal colocado na parte mais alta do fogão. A ave parece estar ali por acaso, e prepara-se para deflagrar um prolongado canto, um entoado cocoricóoo, dando-nos a impressão de que faz parte do ambiente da casa, já que existe ali um amplo quintal com a presença de um casal de galinhas da angola, comumente conhecidos como “cocá”. O galo já se tornou verdadeira atração da casa, pois alunos das escolas públicas e particulares, colocarão até nome no galo, chamando-o carinhosamente de “Juscelino”, talvez uma alusão ao grande estadista brasileiro Juscelino Kubischeck construtor da cidade de Brasília, juntamente com Oscar Neimeyer e Lucio Costa. O galo foi doado ao acervo municipal por Ronan Danilo de Oliveira em 23 de março de 2009, segundo registro constante no termo de doação, o galo, ja empalhado, foi adquirido na cidade de Cristalina Go, depois longo periodo aos cuiddos do novo dono, foi levado para Fazenda Ferras, municipio de Luziânia, de propriedade do Sr. Valdemar Oliveira e Arlinda Marra de oliveira, tios de Ronan. Ao que tudo indica o galo não está alí por acaso, constitui-se numa espécie de monumento, um galo que virou objeto, uma peça que virou arte, pois tem algo a comunicar, quem sabe para nos lembrar que a maioria dos casarões mantinham em seus quintais aves que tinham a função de promoverem a limpeza do quintal, funcionando como exímios agentes sanitários, pois combatiam os animais peçonhentos, aranhas, escorpiões, barbeiros e outros insetos, evitando que estes proliferassem pela casa, trazendo sérios riscos a saúde dos moradores. Além das aves fornecerem aos antigos proprietários dos casarões, a carne e ovos de singular sabor e valor nutritivo, pois ainda é muito apreciado aqui na região o famoso ovo caipira. Nas madrugadas silenciosas do tempo dos casarões, o silencio era quebrado pelo canto melancólico do galo carijó a beira das janelas de aroeira dos velhos casarões, especialmente no período natalino, onde o seu canto se tornava mais perceptível e simbólico, pois em sintonia com outros galos de outros quintais realizavam uma verdadeira sinfonia que sonorizavam a noite do natal da antiga e progressista cidade de Luziânia. (Por: José Álfio)