(Artista e bióloga Berenice Marinho. Foto:José Álfio, 2010)
A artista plástica e bióloga, Berenice Marinho Oliveira, natural de Santa Inês, Maranhão, visitou parte do cerrado que circunda a cidade de Luziânia Go, especialmente a região da “Contendas”, área situada nas proximidades do Aeroporto de Luziãnia. A artista que também foi professora de Biologia da universidade CESSIN (Centro de Estudos Superiores de Santa Inês), e atualmente é professora de biologia na rede estadual de ensino, ficou maravilhada com a diversidade de plantas do Planalto Central, e disse euforicamente “ è tudo diferente do meu estado”. A artista trabalha com a técnica de esqueletização de folhas vegetais para composição de suas obras artísticas e esteve em Luziânia para agendar uma exposição individual, que acontecerá em agosto deste ano, na Galeria de Arte do Centro de Cultura e Convenções. Parte das obras que integrarão a exposição serão confeccionadas com as folhas do Cerrado de Luziânia, cuidadosamente selecionadas e colhidas para esta finalidade. Funcionários do Departamento de Cultura forneceram todo suporte a artista do verde, para que pudesse estabelecer um contato direto com as plantas do cerrado. Neste contato a maior surpresa foi a descoberta de uma planta de elevado valor comercial, denominada de “folha moeda”, considerada como uma raridade no meio artístico e artesanal. Suas propriedades, formato e importância, na confecção de arranjos florais, objetos do design de moda, tais como brincos e acessórios a torna uma verdadeira jóia do cerrado, segundo a artista: “depois de desidratada e esqueletizada, aplica-se tinta dourada, dando-lhe um aspecto de ouro, como se fosse talhada por um designer, transformando-a numa peça de arte”. A artista colheu várias espécies de folhas do cerrado, selecionou várias delas para utilizar com exclusividade na composição de suas obras de arte. O público de Luziãnia, com certeza, apoiará a iniciativa e terá a oportunidade de apreciar a arte que destaca e valoriza a flora local, principalmente o nosso cerrado que reduz à cada dia, com a intensificação de queimadas e o cultivo de grandes áreas pela agricultura mecanizada. Que a arte da Berenice nos possibilite uma reflexão sobre a importância da preservação da natureza e a redescoberta das belezas de nossa paisagem, da riqueza do nosso cerrado.(Por: José Álfio)
